O sucesso da pecuária leiteira depende de variados fatores. O que não pode faltar é uma nutrição bem planejada e adequada à categoria animal, além da adoção de técnicas operacionais satisfatórias. São fatores essenciais que garantem o bom consumo de alimentos, saúde e eficiência reprodutiva, além de uma boa produção de leite na lactação seguinte.
Nesse sentido, cabe ao produtor garantir o máximo de conforto aos seus animais, permitindo que eles produzam bem. Cabe a ele também conhecer a demanda anual de alimentos da sua propriedade, de maneira a atender à exigência nutricional do rebanho.
Por isso, é fundamental que o pecuarista saiba como planejar a alimentação de seus animais. Ele precisa também tomar decisões que impactarão diretamente nessa importante etapa que ajudará a elevar a produtividade leiteira.
Planejamento alimentar na pecuária leiteira: é preciso pensar no futuro!
Como em qualquer outro negócio, é fundamental que pecuaristas tenham conhecimentos mais aprofundados a respeito da exploração pecuária leiteira. É preciso se informar sobre todas as etapas da produção e como deve ser a estrutura de uma propriedade leiteira.
Dentre as etapas do processo produtivo leiteiro, o planejamento da alimentação e oferta de água adquirem grande importância para o sucesso do negócio, principalmente para atender à exigência nutricional de cada categoria animal dentro do rebanho.
Além disso, o correto planejamento da quantidade de alimento para todo o ciclo de produção e de água necessária para o rebanho pode melhorar a sustentabilidade do empreendimento agropecuário.
Dessa forma, cabe ao produtor conhecer e planejar métodos adequados de fornecimento de alimento e de água, sempre pensando em uma infraestrutura que facilite e assegure o acesso adequado do rebanho a esses suprimentos.
Fatores que exigem planejamento para melhor oferta de alimentos aos animais
A pecuária brasileira é, na sua maior parte, realizada a pasto, ou seja, uma grande porção dos alimentos das vacas são provenientes de pastagens. Mas para que a oferta de pastagem seja suficiente para cada categoria animal, considerar a taxa de lotação e a capacidade de suporte da pastagem é fundamental.
A taxa de lotação pode ser definida pelo número de animais – ou unidades de animais (1 UA= 450 kg PV), dividido pela área pastejada. Por exemplo: se tivermos uma área de 5 hectares com 30 cabeças, a taxa de lotação será de 6 cabeças por hectare.
Já a capacidade de suporte é variável ao longo do ano e pode ser definida como a máxima taxa de lotação que uma determinada área aguentaria, sem comprometer o desempenho dos animais em um determinado período de tempo.
Diante dessas definições, a determinação do tamanho do rebanho e da taxa de lotação deve ser feita com base em conhecimento prático do manejo, condições locais e disponibilidade de terra. Esse é o ponto de partida para o planejamento da alimentação do rebanho.
O ajuste da carga animal e a taxa de lotação da área a ser são importantes ferramentas para o manejo da pastagem. O produtor deve ter em mente que ele precisa potencializar o aumento produtivo de cada animal, explorando também o máximo ganho por área (faixa ótima de pastejo).
Vale lembrar que rebanhos maiores e altas taxas de lotação, em geral, exigem um elevado nível de infraestrutura e organização para gerenciá-los. Isso exige que a capacidade de planejamento seja ampliada para sistemas especializados de produção de leite.
A oferta de forragem também deve ser muito bem planejada para proporionar a quantidade anual adequada de forragem dentro do sistema. Isso vale para pastagens extensivas ou sistemas intensivos, que contam com rotação, adubação e irrigação de pastagens, além de suplementação volumosa no cocho.
Passo a passo para realizar o planejamento nutricional do rebanho leiteiro
Um bom planejamento nutricional de vacas leiteiras depende da realização de alguns passos que são essenciais. O primeiro desses passos consiste no levantamento dos recursos físicos da propriedade, tais como benfeitorias, tipos de solos, espécies forrageiras, recursos hídricos, tamanho da área e topografia, além das características climáticas da região.
O produtor deve também ter conhecimento sobre a quantidade (tonelada/ano) de alimentos produzidos na propriedade e áreas destinadas à produção agrícola de volumosos, caso da silagem e do feno.
A silagem é bastante utilizada na pecuária leiteira, pois garante que a perda nutricional da forragem seja pequena, além de permitir armazenamento do alimento por um longo período, graças à uma fermentação controlada durante o processo.
Já o feno nada mais é do que gramíneas ou leguminosas cortadas, secas e estocadas para posterior consumo dos animais. Mas, para que tenha qualidade, o feno deve ser feito a partir de uma forragem de boa qualidade, com a secagem rápida, garantindo assim menores perdas de nutrientes.
Por fim, vale ressaltar que cada propriedade rural é única, com características específicas, constituindo um sistema de produção particular. Por isso, planejamentos constantes são fundamentais.
A recomendação é que um técnico do setor vá até a propriedade onde se pretende investir, realize um levantamento da situação (diagnóstico) para que, posteriormente, ele possa elaborar o planejamento e discuti-lo com o proprietário.
Para saber mais sobre o planejamento de alimentação de vacas leiteiras, confira nosso e-book sobre o tema!
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