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Diego Cruz - zootecnista

Por que estabelecer um plano de manejo sanitário do rebanho?


Um dos fatores que mais limitam os resultados de uma fazenda leiteira é a incidência de afecções, como mastite, doenças reprodutivas, doenças de casco, ecto e endoparasitoses, doenças infecciosas (brucelose, tuberculose), entre outras. Essas doenças, se não identificadas e corrigidas com manejo sanitário adequado, podem resultar em sérios prejuízos.

O não controle pode levar à elevação da incidência dessas afecções, com sérios danos à produção, gerando perdas e aumento das chances de transmissão de patógenos prejudiciais à saúde animal e humana.

Por essa razão, é essencial que as propriedades adotem um plano de manejo sanitário do rebanho bem fundamentado. O que inclui medidas sanitárias, desde a vacinação, passando por exames, tratamentos profiláticos, tratamentos terapêuticos, entre outros que garantam a saúde do rebanho.

Prevenção e manutenção da saúde de vacas leiteiras


O sucesso na produção leiteira envolve diversos fatores que precisam estar diretamente relacionados. Os insumos utilizados, por exemplo, devem ter origem confiável. Já a orientação técnica deve ser capaz de nortear as tomadas de decisões, considerando as exigências econômicas, sociais e sanitárias de mercado.

Em relação às condições sanitárias dos rebanhos, a recomendação é seguir algumas medidas básicas. Estas devem estar contempladas em um planejamento estratégico que vise a prevenção de eventos indesejáveis e a pronta correção desses eventos, caso ocorram.

Exatamente por isso, o manejo sanitário do rebanho é extremamente importante. Consiste em um conjunto de atividades regularmente planejadas e direcionadas para a prevenção e manutenção da saúde dos rebanhos, o que contribui para elevar a produtividade e rentabilidade do rebanho.

Dessa forma, o plano de manejo sanitário do rebanho permite os seguintes benefícios:

· Medidas de higiene e de profilaxia sanitária (limpeza e higienização das instalações zootécnicas, pedilúvio/rodolúvio);

· Medidas de profilaxia médica (vacinação, vermifugação, banho carrapaticidas e controle total dos registros sanitários).


Diretrizes relacionadas ao plano de manejo sanitário do rebanho


Para que a produção leiteira nacional atenda aos padrões de qualidade estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) regulamenta uma série de medidas compulsórias que visam proteger a saúde pública e promover o controle e a erradicação de enfermidades em propriedades rurais, no território nacional.

Nesse sentido, um bom plano de manejo sanitário permite que a fazenda leiteira consiga:

· Reduzir as chances de transmissão de patógenos que prejudicam a saúde animal e humana e que comprometem a segurança do alimento (leite e derivados);

· Reduz perdas;

· Garante que a produção seja muito mais segura e saudável.

Um ponto de destaque nesse sentido está relacionado com as exigências de rastreabilidade e identificação dos animais na propriedade. Ou seja, todos os animais devem ser facilmente identificados, principalmente na ordenha.

Os sistemas de identificação utilizados devem ser permanentes, permitindo a identificação exclusiva de cada animal desde o nascimento até a morte. Para isso, vale adotar brincos de orelha, tatuagem, marcação a frio, além de identificação por radiofrequência (RFID), como microchips.

Outra medida importante relacionada ao manejo sanitário do rebanho é o cumprimento dos calendários de imunização obrigatória, conforme as instruções preconizadas pelos programas oficiais de sanidade animal.

Os animais em tratamento, por sua vez, devem ser facilmente identificados no momento da ordenha, com o objetivo de separá-los para destinação adequada do leite impróprio ao consumo humano.

Por fim, como medidas preventivas mais significativas estão o pedilúvio e o rodolúvio. O primeiro permite a higienização de calçados de pessoas ou as patas dos animais, enquanto o segundo é usado para lavar rodas (pneus) de carros, caminhões, motos e bicicletas.

Demais medidas essenciais dentro do plano de manejo sanitário do rebanho


Vimos até aqui que o controle rigoroso nos registros e na identificação dos animais (rastreamento) é uma das medidas mais importantes dentro do plano de manejo da propriedade. O que adquire ainda mais importância para aqueles animais que são recém introduzidos na propriedade.

Para garantir a segurança da propriedade, todos os animais recém-chegados devem ser testados para as doenças importantes para a área de origem e para a nova região.

Também é preciso adotar a quarentena (isolamento) dos animais. Nesta prática, os animais permanecem por 40 dias isolados dos demais, em condições adequadas, até a realização de determinados testes sanitários ou para manifestações clínicas.

Com essa medida, forma-se uma barreira sanitária dentro da fazenda, responsável por prevenir a introdução de patógenos na propriedade.

Também é extremamente importante que a propriedade tenha serviço veterinário regular para acompanhamento sanitário do rebanho e desenvolvimento de programas efetivos de saúde.

Por fim, um eficiente plano de manejo sanitário exige treinamento constante de funcionários. Estes devem saber identificar problemas de saúde nos animais e, nestes casos, notificar rapidamente o encarregado que dará os encaminhamentos para os cuidados necessários.


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