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Diego Cruz - zootecnista

Saiba quais são os procedimentos adequados para armazenar e destinar o leite após a ordenha

Atualizado: 17 de mai. de 2021


Na pecuária leiteira, o processo de ordenha é o procedimento mais importante para que a propriedade garanta a quantidade e, principalmente, a qualidade do produto coletado. Após a ordenha, o correto armazenamento e destino do leite são imprescindíveis0 .

Exatamente por isso, o rápido resfriamento do leite após a ordenha e a higienização dos equipamentos são pontos que merecem total atenção. Somente assim é possível conservar o leite, aumentando o tempo de armazenamento e mantendo a qualidade do produto.

Essa atenção é tão necessária que, de acordo com a Instrução Normativa 76/2018 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o resfriamento deve ser feito logo após a ordenha. Para saber mais sobre o tema, convidamos você a conhecer as formas adequadas para armazenar e destinar o leite após a ordenha, que irão garantir segurança e qualidade ao produto.

A qualidade do leite é fundamental para a propriedade leiteira

A busca pela qualidade do leite exige cuidados desde a sua origem. Portanto, a armazenagem e o transporte do leite devem ser realizados da forma mais eficaz possível, logo depois da ordenha. Para isso, alguns pontos e cuidados devem ser observados pelo próprio ordenhador, que pode ajudar a evitar problemas ao final da cadeia leiteira.

Vacas com problemas de saúde, por exemplo, devem ser ordenhadas na última sequência da linha de ordenha. Após as vacas de primeira lactação (1º); devem ser ordenhadas as vacas mais velhas que nunca tiveram mastite (2º), seguidas das vacas que já tiveram mastite, mas foram curadas (3º).

Dessa forma, é possível, ao ordenhador, dar mais atenção a esses animais doentes, além de diminuir o risco de transmissão de doenças às outras vacas ou de contaminação do leite.

Além disso, o leite com qualquer tipo de resíduo deve ter seu volume descartado, de forma que não cause danos ao meio ambiente. O ideal para este fim é adotar fossas sépticas na propriedade.

O armazenamento do leite exige cuidados ainda antes ordenha


Quem trabalha com leite sabe que os cuidados que garantem a qualidade do produto antecedem o processo de ordenha. Ou seja, todos os equipamentos de armazenamento e transporte do leite devem estar devidamente higienizados e limpos para receber o leite.

Dessa forma, os tanques de resfriamento e tanques de expansão devem receber os mesmos procedimentos aplicados ao equipamento de ordenha e na mesma sequência. Deve-se ter cuidado com o material utilizado para esfregar o interior do tanque para que não provoque ranhuras nas suas paredes, o que propicia o depósito de resíduos e microrganismos. Além disso, o material não pode soltar cerdas ou outros materiais durante a limpeza, garantindo que não ficarão resíduos no tanque.

A correta limpeza e higienização do tanque de leite tem como principais propósitos:

· Diminuição do acúmulo de bactérias aderidas às paredes internas do tanque;

· Manutenção da qualidade do leite cru obtido na ordenha higiênica;

· Recebimento do maior valor pago baseado na qualidade do leite;

· O leite cru refrigerado apresentará contagem bacteriana reduzida;

· Aumento da confiança da indústria e do consumidor quanto à qualidade do leite produzido.

Vale ressaltar a importância da qualidade microbiológica da água utilizada na limpeza e sanitização do equipamento de refrigeração, já que esse detalhe constitui ponto crítico no processo de obtenção e refrigeração do leite. A recomendação é que essa água seja de qualidade, devendo para isso ser adequadamente clorada.

Refrigeração do leite: deve ser imediata e priorizar a qualidade


A refrigeração do leite é, sem dúvidas, a etapa mais importante da atividade leiteira dentro da propriedade. Esse processo está representado num dos requerimentos contidos nas Instruções Normativas nº 76 e 77 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Segundo a IN 76, tanto na refrigeração do leite quanto no seu transporte até o estabelecimento, devem ser observados os seguintes limites máximos de temperatura:

· I - Recebimento do leite no estabelecimento: 7,0° C (sete graus Celsius), admitindo-se, excepcionalmente, o recebimento até 9,0° C (nove graus Celsius);

· II - Conservação e expedição do leite no posto de refrigeração: 4,0° C (quatro graus Celsius);

· III - Conservação do leite na usina de beneficiamento ou fábrica de laticínios antes da pasteurização: 4,0ºC (quatro graus Celsius).

Vale ressaltar que a refrigeração na propriedade leiteira não elimina microrganismos, mas apenas diminui sua velocidade de multiplicação. Por isso, quanto mais rápido for a redução da temperatura, melhor será a conservação do leite.

Já a coleta do leite deve ser realizada no local de refrigeração e armazenagem do leite em menos de 48 horas. Para isso, deve-se adotar um veículo com tanque isotérmico, com a transferência do leite realizada por meio de mangueira e bomba sanitárias específicas, diretamente do tanque de refrigeração para o caminhão, em circuito fechado.

Portanto, para garantir a qualidade do leite resfriado, é fundamental que o produtor invista na limpeza e higienização de todo o processo, desde a ordenha até o transporte, pois as bactérias podem estar presentes em todas as etapas percorridas pelo leite. Para saber mais sobre os principais cuidados quanto ao armazenamento e transporte de leite, confira o nosso e-book sobre o tema!

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